sexta-feira, março 21, 2014

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA PARA A EVANGELIZAÇÃO

Efésios 2:1-22
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA PARA A EVANGELIZAÇÃO
Conceitos
EVANGELHO
Boas novas- 74 vz no NT, ( 54 em Paulo)
Estudos históricos dizem que a palavra era usada entre os gregos como boas notícias no Campo de Batalha.
Boas Novas. Conteúdo.
Evangelho é Jesus, tudo que ele fez e ensinou.
Pr. Delcyr de Souiza Lima- Doutrina e Prática da Ev Evangelização diz:” Para Jesus o Evangelho tinha o sentido de sua presença real entre os homens compreendendo os desígnios de Deus com o fim de salvá-los”
Romanos 1:16. É o poder de Deus para Salvação de todo aquele que crê

EVANGELISMO
Ismo- fala de sistema, conjunto, métodos, estratégias e técnicas. Conhecimento. Recursos. Sistematização.

EVANGELIZAÇÃO
52 vz no NT
Ação de evangelizar. Ação de comunicar o Evangelho visando levar perdidos a Jesus para que sejam salvos

EVANGELISTA
Apenas 3 vz no NT
Atos 21:8 referindo a Felipe como Evangelista
Efésios 4:11 entre os dons
II Timóteo  Fazer a obra de uma evangelista
Fala da função, do ofício

       
  A obra de Evangelização em sua natureza, essência, dimensão e alcance precisa ser entendida à luz de conceitos bíblicos, fundamentação bíblica e motivações teológicas para que no dinamismo do cumprimento de nossa tarefa possa haver uma sintonia do coração que obedece com o coração que manda.

Estaremos prontos a obedecer na condição de servos o mandato do Senhor absoluto quando essa obra tem o crivo teológico, a fundamentação bíblica dessa tarefa.

A evangelização não se faz apenas com o coração, com sentimento, com ardor e vibração. Todo esse sentimento necessário não pode ser ímpar.
O coração que bate pela Evangelização precisa ser nutrido pela Palavra do Senhor, fonte de sabedoria e diretriz segura e certa para que essa obra não se torne um ativismo vazio e oco.

Vejamos, pois, o que diz o texto bíblico em foco.
1. ASPECTO ANTROPOLÓGICO DA MISSÃO- V. 1, 2, 3, 11, 12,
Ø A Evangelização pelo desafio de nossa compreensão a respeito da situação do homem sem Deus.
Ø Neste texto Paulo primeiramente sonda as profundezas do pessimismo acerca do homem.
Ø Paulo retrata a condição humana.
Ø Paulo não está falando de um povo particularmente decadente, ou um segmento degradado da sociedade, e nem mesmo o paganismo extremamente corrupto.
Ø Paulo começa com um vós enfático, indicando primeiramente seus leitores gentios da Ásia menor, mas passa rapidamente a escrever: que todos nós andamos outrora da mesma maneira", assim acrescenta a si mesmo e aos demais.
Ø Temos aqui, portanto o conceito de Paulo de todos os homens sem Deus. Ele diz: “estávamos mortos”.
Ø Esta é uma declaração real da condição espiritual de todas as pessoas fora de Cristo.
Ø A origem dessa condição está nos delitos e pecados. Significa o desvio do caminho do Senhor. É dar um passo falso.
Ø Diante de Deus o homem, sem Cristo, é tanto rebelde como um fracassado.
Ø Está alheio à vida de Deus.
Ø Mesmo parecendo diante do cotidiano, por tudo que faz ou que sucede todos os dias estar vivo, podemos dizer que tais pessoas, se Cristo não as salvou, estão mortas. Estão cegas para a glória de Cristo Jesus.
Ø Não amam a Deus. Uma vida sem Deus, por mais sadia física e mentalmente que seja, é uma morte em vida, e que as pessoas que assim vivem estão mortas enquanto vivem.
Ø Esse é um grande paradoxo existencial porque pessoas que foram criadas por Deus e para o Senhor, vivem sem Deus.
Ø A condição do homem sem Cristo é a de viver escravizado, dominado por uma mentalidade pessoal tomada pela concupiscência da carne, que são os desejos errados da mente, e por atuação demoníaca (príncipe da potestade).
Ø Paulo diz ainda que o homem sem Cristo não apenas vive escravizado, mas também condenado. O pecado faz os maiores estragos na vida do homem.
Ø A evangelização precisa ser realizada com este entendimento e motivação.
Ø Somos motivados a pregar, a testemunhar, a ir aos campos porque temos essa consciência pessoal e coletiva de que o homem sem Cristo está morto e precisa de vida.
Ø Não podemos fechar os nossos olhos para esta realidade deprimente na vida do homem e na sociedade.
Ø A situação do homem sem Cristo é assustadora. Se fecharmos os olhos para a realidade da situação do homem sem Cristo e tudo o que isso significa, cairemos no erro de termos uma evangelização descontextualizada do aspecto antropológico.
2. ASPECTO SOTERIOLÓGICO DA MISSÃO- V.4-8, 13-18
Ø Evangelização passa pelo desafio de nossa compreensão da obra salvadora de Cristo Jesus.
Ø Paulo agora diz: Mas Deus... (É uma conjunção adversativa).
Ø Essas palavras contrapõem a condição desesperadora da humanidade caída à iniciativa graciosa e ação de Deus.
Ø Éramos objeto de sua ira, mas por causa do grande amor com que nos amou teve misericórdia de nós.
Ø Agora somos salvos que traz a idéia da ação e suas consequências dessa ação redentora.
Ø Há consequências permanentes de Deus salvar o homem.  Somos salvos e permaneceremos s alvos para sempre. Paulo diz: “Nos deu vida juntamente com Cristo” v.5. Juntamente com ele nos ressuscitou” v. 6ª. “Fez-nos assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” v.6 b. Paulo então menciona que Deus deu vida, ressuscitou e nos fez assentar.
Ø Porque somente o amor e misericórdia podem triunfar sobre o ódio e toda desgraça advinda do pecado.
Ø Salvação é mais do que perdão. Salvação é libertação da morte, da escravidão. Salvação é remover a culpa que o pecado traz. Salvação é vida eterna
3. ASPECTO  ECLESIOLÓGICO DA MISSÃO-V. 19-22
Ø  Passa pelo desafio de nossa compreensão de que em Cristo fazemos parte de seu corpo.
Ø  O desfecho é maravilhoso, ímpar, porque da condição de perdidos passamos para condição de salvos.
Ø  Da condição de criatura para ser filhos de Deus.
Ø  Da condição de escravizado agora somos livres e de condenados, agora absolvidos e justificados.
Ø  Isso nos insere no corpo de Cristo.
Ø  Paulo aqui nesse texto (v.19-20) apresenta pelo menos três qualificações exclusivas das pessoas que se beneficiam da salvação oferecida através da fé em Jesus Cristo.
Ø  Imaginem então o que o Evangelho proporciona àqueles que se rendem a Cristo.
Ø  Leia o verso 19: ”Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos”.
Ø  Em Cristo somos cidadãos celestiais. O apóstolo Paulo refere-se à cidadania celestial que alcançamos através de Jesus. 
Ø  Nos tempos do Novo Testamento a cidadania romana era muito valorizada e garantia status a quem a tivesse por direito de nascimento ou por aquisição mediante compra. Mas o que é importante enfatizar que todo direito e condição que uma cidadania possa dar ao homem ela é ínfimo diante dos direitos da cidadania eterna. Paulo diz: “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20).
Ø  Paulo afirma que em Cristo somos da família de Deus (v. 19).
Ø  A família de Deus é composta pelos filhos que ele adotou através de Jesus Cristo.
Ø  Como um Pai perfeito, nosso Deus ama a todos os Seus filhos na mesma medida.
Ø  De que maneira um filho demonstra sua preferência pelo Pai? Claro, optando por não entristecer Seu coração, mas por fazer tudo aquilo que O agrada.
Ø  Uma outra observação relevante sobre a família de Deus: nela não há divisão nem acepção de pessoas! 
Ø  Em Efésios 2:16, Paulo observa que Jesus, ao morrer na cruz, destruiu toda inimizade, referindo-se à separação que o Judaísmo fazia questão de fomentar, entre judeus e gentios.  Note no capítulo 3, verso 6, que a mesma temática é abordada – os gentios desfrutam do mesmo status que os judeus na família de Deus, já que a cruz de Cristo é o meio de adentrar a esta aliança para ambos os povos. 
Ø  Na família de Deus todos são iguais (Gálatas 3:26-29), não importando origem, condição econômica, sexo ou idade.
Ø  Paulo diz que em Cristo somos moradas do Espírito Santo. Quando Paulo escrevia esta carta havia na cidade de Éfeso um esplendoroso templo dedicado a Ártemis( deusa grega) ( ou Templo de Diana- deusa romana), uma das sete maravilhas do mundo antigo. Era o maior templo da época, construído no século VI a.C. Era composto por 127 colunas de mármore, com 20 metros de altura cada uma. Duzentos anos mais tarde foi destruído por um incêndio e reconstruído por Alexandre III da Macedônia. Hoje só existe uma coluna erguida.
Ø  Ao mesmo tempo havia em Jerusalém o templo judaico edificado, e cercado por uma barreira contra os gentios. Dois templos, um pagão e um judaico projetados por reis devotos como residência divina, estavam vazios do Deus vivo, pois agora há um novo templo, um novo santuário, uma habitação de Deus no Espírito. É a Igreja, é a sua nova sociedade, o seu povo redimido espalhado por toda parte do mundo habitado.
Ø  Temos aqui o ensino de que juntos formamos um edifício com características todas peculiares.
Ø  A pedra angular deste prédio é o próprio Jesus Cristo (v. 20). 
Ø  Esta expressão significa que Jesus é a base, o sustentáculo da Igreja.  Além da pedra angular, este edifício conta com um fundamento, fornecido pelos apóstolos e profetas – trata-se do ensino doutrinário que sustenta a Igreja.  Esta base permite que o edifício seja ajustado, bem construído, crescente, dentro de uma harmonia que o torna santuário santo no Senhor (v. 22). 
Ø  Este texto nos ajuda a esclarecer que a Igreja é um edifício composto por vidas.  Cada vida é uma pedra que se ajusta sobre a Pedra Angular, tornando-se a morada do Espírito Santo de Deus (v. 22).
4. ASPECTO DOXOLÓGICO DA MISSÃO v. 4,v7,v8,v9
Ø A evangelização nasce do coração divino   
Ø Deus criou todas as cousas para glorificá-lo (Rm. 11:36). O homem foi feito para ser segundo a sua imagem (Gn. 9:6). Isto significa que o mesmo tem a necessidade de obtê-lo eternamente no coração.
Ø Deus decidiu nos adotar, consequentemente devemos refletir a imagem do soberano.
Ø A criação da imagem de Deus tem a missão de tornar a comunhão do homem com o criador.
Ø Por ser o retrato de Deus, o homem possui a capacidade de louvá-lo, obedecer, servir e atender de modo racional.
Ø A primeira razão pela qual devemos evangelizar é glorificar a Deus. Diante disto, temos de analisar a missão no contexto da alegria divina
Ø Os céus têm alegria por um pecador que se arrepende (Lc. 15:7).
Ø Deus criou homens e anjos para revelar a sua glória.
Ø A evangelização é uma ordem de atrair os pecadores para a formação da família de Cristo.
Ø Ela tem a missão de estimular os cristãos honrar a Deus pela graça imerecida.
Ø Na primeira epistola de Pedro o apóstolo ordena aos leitores que usem os dons para servir uns aos outros, com o fim de glorificar a Deus (1 Pe. 4:11).
Ø A Igreja tem o fim de tornar Deus conhecido em toda majestade, a oferta de perdão pela graça e o poder de transformador pelo sofrimento encarnado (Fp. 3:10).
Ø A evangelização é uma ordem da graça de Deus. O homem na condição de impotente e morto em delitos e pecados (Ef. 2:1), mas pela misericórdia e amor do Soberano Ele nos deu vida (Ef. 2:15), portanto, a ordem de pregar as boas novas devem brotar do coração em oferecer ações de graças pelo perdão imerecido.
Ø O encargo de evangelizar publica as bênçãos de salvação de Deus, para exaltá-lo.
Ø Na medida em que publicamos as boas novas fazemos a glória do Pai conhecida. Nos Salmos capítulo 96 versículo 6 afirma que “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas.”
Ø Portanto, a evangelização deve ser voltada na pessoa de Jesus Cristo. Se a mesma tiver a intenção de louvar a homens, rapidamente deteriorar.
Ø A Ele pertence à glória e o louvor, logo, a ambição é glorificar ao Pai.
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
Ø A teologia da evangelização ( fundamentos bíblicos da Evangelização) é essencial como forma de motivação que traz consciência na obra pelo conhecimento que temos da Palavra. A grande motivação e fundamentação para a Evangelização está na Palavra.
Ø Precisamos Evangelizar porque o homem sem Cristo está perdido e estará perdido para sempre se morrer nessa condição. Cremos que esta é a condição do homem sem Jesus?Isso nos incomoda? Vamos em buscar do pecador.
Ø Somente a salvação em Cristo Jesus muda a condição do homem. Salvação real e genuína que o livra da condenação do pecado. Não é uma reforma política e social, nem mesmo educacional ou psicológica é o novo nascimento em Cristo. Firmemos esta convicção em nossa vida para que possamos proclamar essa única solução de vida.
Ø Vivamos uma motivação na Evangelização oferecendo uma nova posição para os pedidos arrependidos. Trazê-los para a família de Deus deve ser um fator essencial como fundamento.
Ø Como fundamento essencial, a evangelização precisa ser focado em Deus e não no homem. É para a Glória de Deus.
Ø A evangelização é realizada com realeza espiritual quando essa experiência é vivenciada de forma subjetiva, mas que se objetiva quando a compartilhamos. Por isso Paulo diz:” para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”. (v.7). Precisamos continuar mostrando “a suprema riqueza da graça de Deus”.


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